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Friday, August 10, 2007

Enfim a Veja publica um texto interessante...

Chega me deu vontade de atualizar o blog. Sobre o texto abaixo, só discordo da referência aos Móveis Colonais de Acaju que, pra mim, nada têm a ver com Los Hermanos. Ao contário do que prega o crítico (quer nem assinou o texto), o grupo brasilense mais se vale da ironia que da cabecice. Mas tudo bem, faltou só um pouco de perecepção. Pelo resto do texto, está perdoadíssimo.


Os remelentos do rock
O Los Hermanos acabou, mas deixou filhotes– para alívio dos universitários "cabeça"

Em junho passado, o grupo carioca Los Hermanos fez seu último show. Mas isso não significou o fim de sua linhagem, por assim dizer. Como o bicho da série Alien, o conjunto já havia disseminado suas ovas pelo pop nacional. Delas já nasceram ao menos três herdeiros de seu rock cabeça: a banda paulista O Teatro Mágico, a recifense Mombojó e a brasiliense Móveis Coloniais de Acaju. Os Hermanos misturavam guitarra com tuba? Não seja por isso: suas crias tiram do baú instrumentos como trombone, flauta transversal e escaleta (espécie de teclado de sopro). Investiam na fusão de rock com MPB? Bem, o Móveis Coloniais de Acaju mescla batucada com ritmos do Leste Europeu, num estilo autodenominado de "feijoada búlgara". A semelhança não se esgota no campo musical. Assim como os Hermanos, as três bandas ostentam letras "poéticas" – e tome metáforas tonitruantes e jogos de palavras como "mar drugada" (entendeu, entendeu?). Por fim, levam adiante as bandeiras políticas, digamos, de seu antecessor. Quando não as radicalizam, como faz O Teatro Mágico. Se os Hermanos celebravam a figura do palhaço como uma alegoria da melancolia ou coisa que o valha, a banda resolveu ela própria encarnar a palhaçada: seus integrantes só se exibem em público vestidos como tais. "O circo fala da pluralidade do ser", filosofa o líder, Fernando Anitelli.

Essas bandas são a trilha sonora do momento daqueles que Reinaldo Azevedo, colunista de VEJA, batizou de "remelentos e mafaldinhas" – os universitários de classe média que adoram embarcar em presepadas esquerdóides, como a recente invasão da reitoria da Universidade de São Paulo. Tanto o Mombojó quanto o Móveis Coloniais de Acaju foram forjados por estudantes de universidades federais. Já O Teatro Mágico foi composto por um pessoal mais velho – mas que trafega num meio não menos cabeça, os saraus e oficinas de teatro. As três bandas levam adiante a bandeira da "autenticidade" propalada pelos Hermanos. Algo que, na música, se traduz numa atitude calculadamente despojada e na pose de quem "não se vende ao sistema". O Mombojó até se vincula a uma gravadora – mas uma que ainda mantém certa aura alternativa, a Trama. Nos três casos, contudo, a estratégia de divulgação é de guerrilha. Elas disponibilizam todas as suas músicas de graça na internet e usam os shows como principal fonte de renda (e também como canal de venda de seus discos).

Nem é preciso dizer, tais grupos têm altas pretensões estéticas – para usar uma palavra que causa frisson nesse universo. O Teatro Mágico prefere ser definido como uma "trupe", e não uma banda. Tem formação variável e chega a reunir vinte pessoas no palco (a superpopulação, aliás, é um traço dos novos Hermanos: o Móveis Coloniais tem dez integrantes e o Mombojó contava com sete até a morte recente de um deles, o flautista Rafael Torres, em decorrência de um ataque cardíaco). E não se limitam a tocar e cantar: dançam, fazem malabarismos e outras micagens. "Os palhaços são personagens dispostos a fazer de tudo", diz Anitelli. Em meio às músicas, há pausas para debates sobre temas como a "cultura livre".

Outra questão cara a essas bandas é o que se convencionou chamar de "brasilidade". A turma de O Teatro Mágico adora um papo ripongo sobre natureza e folclore. Para explicar seu nome, o Móveis Coloniais conta uma história esquisita sobre uma batalha de tintas ufanistas que no século XVIII (ou XVII) uniu índios e portugueses. Mas a moçada é multicultural, faça-se justiça. "Todo tipo de arte nos influencia", diz o tecladista Eduardo Borém. O uso dos ritmos eslavos tem lá sua explicação, por exemplo. "Esses elementos vêm da ascendência de alguns integrantes e da estética dos filmes do diretor bósnio Emir Kusturica", informa Borém. Em última instância, porém, são as letras que dizem tudo sobre os novos remelentos do rock. Em Pratododia, O Teatro Mágico canta versos do tipo: "Como arroz e feijão que só se encontram depois de abandonar a embalagem". O Mombojó dá sua contribuição ao bestiário. "O homem é como a espuma do mar / que navega pela superfície das águas", ouve-se em Homem-Espuma. Quase dá saudade do Los Hermanos. Quase.

MOMBOJÓ Por que é uma banda cabeça: musicalmente, emula o rock alternativo inglês. Já as letras são divagações "oníricas" sobre a vida e o amor Pérola: "Nascendo em diversos hospitais / Do parto eu parti" (Singular)

MÓVEIS COLONIAIS DE ACAJU Por que é uma banda cabeça: mistura metais, ritmos do Leste Europeu e metáforas malucas num estilo autodenominado "feijoada búlgara" Pérola: "Minha intuição não me engana / Você me faz ser tão Copacabana" (Copacabana)

O TEATRO MÁGICO Por que é uma banda cabeça: seus integrantes vestem-se de palhaço e celebram o circo como uma alegoria da "pluralidade do ser". Seus shows têm debates sobre cultura e "brasilidade" Pérola: "Quando Ana entra n'água / O sorriso do mar drugada / Se estende pro resto do mundo" (Ana e o Mar)


1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Amo OTM e acho superficial de mais falarem de artistas que nem conhecem eles são fantasticos levam alegria e conhecimento e não vendidos como as "bandas" brasileiras atuais (Talento traduzido em cédula).

9:32 AM  

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