No metrô
Era dona do coração mais fragilizado e também muito dona de si. Sabia-se bonita e da voz cheia de um charme irresistível. Também se sabia de alma mole, mateiga derretida, bailarina de cristal. Sabia-se criança pequena em busca da maior alegria do mundo e também a mulher de 40 anos que não acredita mais em coisas tão alegres assim.
Queria viver, mas não sentir dor.
- "É impossível, ora menina. Crescer dói muito."
E ela vivia. Viva muito, vivia no limite. Deixava os sonhos deslizarem na ponta dos seus dedos enquanto o sangue dançava quente pelo resto do seu corpo. E depois reclamava dos machucados e arranhões. Precisava aprender a cair. Se deixar levar ela já aprendeu. Desceu na Estação Liberdade.
Queria viver, mas não sentir dor.
- "É impossível, ora menina. Crescer dói muito."
E ela vivia. Viva muito, vivia no limite. Deixava os sonhos deslizarem na ponta dos seus dedos enquanto o sangue dançava quente pelo resto do seu corpo. E depois reclamava dos machucados e arranhões. Precisava aprender a cair. Se deixar levar ela já aprendeu. Desceu na Estação Liberdade.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home