Para Bertrand

Quando um relacionamento acaba, não precisa ser necessariamente o fim. Felizes daqueles que conseguem manter os ex (não só namorados e maridos/esposas, mas também casinhos, flertes, amigos-coloridos...) sob uma situação em que, no futuro, tudo ainda é possível outra vez.

E não falo de nutrir esperanças. Existem aqueles que têm a maestria de continuarem amigos dos ex a ponto de conseguirem mantê-los num nível de intimidade em que ainda há respeito e carinho. E que, no reencontro, ainda exista aquele brilho nos olhos de admiração mútua.

Feliz de mim que tenho muitos, hoje amigos, assim. Ouvir um "estou morrendo de saudades", "ainda te pego de novo", "a gente ainda se encontra na roda da vida", "me jogo só se for em você, meu amor", etc., de pessoas com quem você já teve um affair é muito bom, mesmo quando você tem a certeza de que nada mais vai rolar. Sempre dá vontade de dizer: "ôoooooooo!!!" Dizer que é fofo é clichê e que é cafajestice, burrice. Eu voto pela amizade, daquela de verdade, em que não é preciso ter nada em troca pra continuar se amando. Não é preciso beijo, não é preciso sexo, não é preciso, sequer, convivência. É preciso amor, só.

E encontrar o outro num relacionamento sólido com outra pessoa não dá dor-de-cotovelo. Pode gerar um ciuminho, mas o carinho prevalece a isso tudo. E a consciência de que ele não me seria um par perfeito e o desejo (que vem cheio de amor) de que o outro seja feliz, estando ou não num romance com você, mas com você ainda na vida e no coração, também.