Efeito Globalização

OK, eu confesso que dormi algumas vezes durante as aulas de Teoria da Comunicação, enquanto a professora filosofava sobre o "ândergrau", cyberpunk, Matrix, compressão do tempo-espaço e coisas do naipe.

OK, eu confesso que domi algumas vezes durante as aulas de Geografia no 2º grau, enquanto o professor falava tudo sobre Globalização, Internet e coisas do naipe.

Agora minha vida está sendo comprimida. Tempo, o que é isso? Será que uma pessoa fazendo faculdade, com 2 estágios e uma coluna semanal numa revista tem tempo para algo que não seja trabalhar?

Eu respondo: não, não tem. Diversão e vida privada viraram coisa de museu.

O pior é que eu tô numa crise do caralho. Assim, não por estar fazendo tudo-ao-mesmo-tempo-agora. Isso eu acho massa. E eu tô bem realizada profissionalmente, diga-se de passagem. Eu só quero me formar e ir embora dessa cidade. Mas eu vou ainda este ano. Até porque se eu não for agora, eu não vou mais nunca. A crise vem por conta da sensação do fim: fim de curso, fim de estágio, fim, fim, fim.

It's the end of the world as we know it. But I don't feel fine...

Mas a sensação vem também da falta de tempo. Eu sempre gostei de fazer várias coisas simultaneamente, mas nunca estive tão atarefada como agora.

Papo de mulher com TPM é foda, né? Não, mas é sério. Eu tô sentindo isso há meses. Tá foda. Eu só espero que eu não tenha uma crise no dia em que farei 23 anos (21 de junho, para os desavisados). Porque, apesar de saber que eu ainda sou uma menina, tô sentindo o tempo passar e a sensação que fica é a de improdutividade!

Será que eu sou workaholic? Será que eu sou "studycaholic"? Às vezes eu penso que tô emburrecendo. E eu tenho um medo do caralho de ficar burra. É o meu medo maior. Eu queria voltar a estudar. Assim, de verdade. Sem essas cadeiras enganação só pra cumprir tabela de agora, sabe? Bons tempos aqueles do 2º período...

Mas o tempo pra estudar, cadê? Tempo pra ler, cadê?

Tô gorda (mas emagrecendo) e tempo pra malhar, cadê? Foda.

Tempo mais pra pn.

Será que eu perdi algum detalhe das aulas que ensinavam como se livrar do efeito globalizante que engole seu tempo? Será que eu pulei alguma página do livro de David Harvey que ensinava a fórmula mágica para não sofrer as conseqüências da compressão do tempo-espaço?

Se alguém assistiu à essas aulas e/ou leu essa parte do livro, por favor, refresque a minha mente. Estou precisando transformar algumas horas do meu dia em vida particular.

2006, o ano definitivo da briga com a balança.

Claro que nem tudo são flores. 2006 foi um ano foda de bom pra mim, mas também houve uns momentos bem chatos. Em junho, pouco antes do meu aniversário, tive um edema no corpo todo super misterioso. Os médicos queriam me internar, achando que eu estava com algum problema renal. Mas, felizmente, consegui escapar do hospital - ambiente que odeio.

Os meses passaram, eu a fazer centenas de exames e nada do diagnóstico final. Vezenquando os inchaços voltavam (e voltam até hoje) e nada de descobrirem minha doença. Se falar nos outros sintomas: queda de cabelo, ganho de peso (MUITO³³³³³³³!!!) , mau-humor, depressão, sonolência... Enfim, uma desgraça.

Pois bem, depois de meses de mistério, os médicos finalmente deram meu diagnóstico: síndrome de Hashimoto. Trata-se de uma doença auto-imune e que não tem cura, mas tem controle. Meu corpo produz anticorpos que, pouco a pouco, "matam" minha tireóide. Isso significa que eu tenho hipotireoidismo e que preciso tomar hormônios pra que o meu metabolismo volte a funcionar normalmente...

Mas nem venham me perguntar quanto eu engordei nem quanto eu tô pesando porque isso são informações confidenciais. Deixem de ser curiosos e mal-educados! =P

Desde que eu entrei na faculdade, me diziam que eu parecia a Monalisa. Pois bem, acho que agora estou a cara da Monalisa de Botero (essa aí do lado): ranzinza e rechonchuda.

Espero que isso não seja pra sempre, no entanto. Tô terminando de fazer os exames pra começar a tomar os hormônios na medida certa... Mas ficar gorda é um saco, viu? Fora que eu vou ter que parar de beber... Mas é por uma boa causa.

Ah, e sobre eu parecer a Monalisa, espero que o meu sorriso nada tenha a ver com o de Roberto Magalhães (misterioso igual ao da diva da pintura). A analogia - genial, por sinal - não é de minha autoria. Os devidos créditos pertencem a Bione e ao jornal Papa-Figo.

Mas voltando ao tamanho da minha bunda, dieta é um saco. Eu ODEIO de todo o meu coração. Mas vou ter que fazer, não posso correr dela. Aliás, correr é uma coisa que eu vou ter que fazer muito agora também. Imaginem, eu que sou quase um vegetal... Que castigo.

Bom, tirem seus olhados, que eu vou emagrecer de novo.

Sim, essa aí do lado sou eu, quando eu era magra e minhas roupas cabiam em mim. Voltarei a sê-lo e tenho dito. E parem de olhar o tamanho da minha bunda, tá? Eu sei que eu tô gorda, não sou cega.

Mas eu tô gorda e posso emagrecer. E você que é feio? Pior: e você que é burro??? Ah, vá catar coquinho que eu já tô aqui com meu cetim vermelho!

O galho de pimenteira começou a fazer efeito.

Parece que 2007 já começou de cabeça pra baixo.

De repente, veio tudo à tona e eu comecei a me questionar sobre meu suposto inferno astral. Será?

Também pensei que esse pode ser um momento de limpeza. Estou passando desinfetante na minha vida. Todas as coisas ruins e falsas estão aparecendo... E agora eu posso livremente (e com razão) optar em excluí-las da minha vida. Pois bem, é isso o que eu vou fazer. Dói, mas é o melhor a ser feito...

Agora é hora de procurar o bendito cetim vermelho.