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Saturday, March 28, 2009

Retomada

Havia aquele prato limpo, sem resto nenhum de amor. E havia uma geladeira recheada de indiferença.

E os dias se passavam assim, com a cozinha mergulhada num silêncio cortante.

Então decidi pintar as parades de vermelho. E fazer um bolo de chocolate. E abrir um vinho tinto.

Aí, não só a cozinha, mas a casa inteira se encheu de poesia.

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Wednesday, March 25, 2009

A incrível arte da sedução (ou o poder da personalidade mutante)

Estar a fim de alguém e, obviamente, por conseguinte, dar início ao jogo da sedução, implica uma série de fatores que podem ir além do mero desejo acompanhado pelo frio na barriga.

Muitas vezes, com o intuito de seduzir, nós, reles seres humanos mortais, nos travestimos daquilo que poderia, na nossa imaginação, agradar ao outro-objeto de desejo. Como bem disse um amigo, o jogo da sedução é uma forma de prostituição, visto que você é "obrigado" a se adaptar à hipocrisia alheia e a participar de um jogo sem sentido.

E essas "máscaras" que na cabeça de quem seduz servem para mostrar ao outro-objeto de desejo como ele (o sedutor) é, de fato, interessante, na realidade servem pra outra coisa: pra esconder o medo de se ver fracassado, de se ver indesejável, de não ser sedutor de verdade.

Depois que a fase da sedução acaba, é a vez de tirar as máscaras: é o momento em que o outro-objeto de desejo constata que, "à noite, todos os gatos são pardos". Então, o sedutor sai do teatro e entra na vida real.

Lembrei-me agora de Eurípedes, em As Bacantes. Esse momento da sedução é justamente o trecho em que Penteu-sedutor se convence que, travestido, terá todas as bacantes-objeto de desejo.

Entretanto, no momento em que a "máscara" do Penteu-sedutor cai, as bacantes-objetos de desejo o assassinam; de caçador, Penteu se transforma em caça.

Pois é, leitores. Às vezes o feitiço vira contra o feiticeiro.

Por isso mesmo o único feitiço que eu faço é o de ser eu mesma. Se não gostou, a fila andou. E a catraca rodou.

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*Garotas e rapazes da América têm curtido momentos realmente tristes quando estão juntos; a artificialidade os força a se submeterem imediatamente ao sexo, sem os devidos diálogos preliminares. Não me refiro a galanteios - mas sim um profundo diálogos de alma, porque a vida é sagrada e cada momento é precioso.*

Kerouac escreveu isso nos anos 50.

E pensar que tem gente que continua com essa postura achando que é moderninho...

Alcançar a alma é para poucos. Mas esses poucos têm muita sorte.

"E é essa a sorte que eu busco", disse a Senhora D.

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Tuesday, March 24, 2009

Não mande flores

A teoria só é bonita nos livros. Na vida real, ela precisa de embasamento; precisa se valer de ações/acontecimentos concretos para sair do mundo das idéias.

Só as bibliotecas vivem apenas de palavras bonitas. Mulheres como eu - feitas de carne, osso, sangue e amor - precisam de ações. Não ações esporádicas, apenas com o intuito de manter a prateleira cheia, mas ações que têm o incrível poder de impedir que o fogão vire geladeira.

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Sunday, March 22, 2009

Nadar na superfície cansa

E eu cansei. Hoje, definitivamente, pendurei meus coturnos.

Cansei de lutar por alguém que não vale a pena, de dar murro em ponta de faca, de gastar tanta energia de eros em vão.

Sou passional sim. E gosto de estar apaixonada; de beijar a boca do ser amado querendo guardar todo aquele corpo - ora sagrado, ora profano - dentro de mim. E não tenho medo de viver essas paixões desmedidas, intensas. Aliás, elas me fazem sentir viva.

Se o outro não está na mesma sintonia, não sou eu quem vai consertá-lo. Não sou antena parabólica nem chave de fenda.

E também não sou super bonder.

Por isso, eu mesma decretei o fim.

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Wednesday, March 18, 2009

É bem mais fácil se enganar

Ao contrário do que diz o ditado - você pode enganar a todos, menos a você mesmo -, acredito que é mais fácil se enganar do que aceitar certas verdades. E, na terapia, descobri que eu me engano muito mais do que deveria.

Hoje vejo que aceito migalhas quando deveria exigir o inteiro. Sim, pois o meu coração é imenso e precisa de igual imensidão para se sentir cheio. E há muito tempo não o sinto assim.

Estou apaixonada sim, é verdade. Fazer o quê. E a esperança de ser aquecida por aquele que amo se reacende a cada pequeniníssimo rastro de carinho. Meu coração bate forte, me dá um frio na barriga e vem aquele sorriso involuntário no canto dos lábios.

Minutos (ou horas ou dias, que seja) depois - e eu já tenho plena consciência disso - toda essa falsa alegria estrategicamente (ou não) fabricada (por ele, claro) perde espaço para uma tristeza sem fim. Uma perda repentina de auto-estima, causada por tentativas frustradas de chamar a atenção do outro. O "tanto faz", nesse caso, dói mais do que o "não dá mais".

Só pele não é suficiente, mocinho. Quero brilho nos olhos, saudades, ebriedade passional. Todo dia, toda hora.

E o dilema entre lutar contra o que sinto ou lutar para reverter a sua indiferença me atormenta todas as noites.

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Monday, March 02, 2009

A intimidade perdida (ou o princípio do conhecimento superficial)

Durante muito tempo que acreditei que o sexo fosse um território sagrado, intocável, reservado àqueles com quem as explanações verbais e os olhares fossem pouco para demonstrar o que se sente. Afinal, esse é um terreno da máxima intimidade, em que o ser humano deixa de ser racional e passa a ser puro instinto; o instante em que a vontade se sobressai a qualquer outra coisa que possa estar ali depositada.

Hoje, vejo que nem todas as mentes (sic) funcionam dessa maneira. Alguns atribuem ao sexo a máxima catártica da vida, como se o gozo fosse o objetivo final de um relacionamento. Muito provável, é esse o pensamento que seguem os adeptos do "uma noite apenas" way of life.

E eu me pego perguntando: como expor sua máxima intimidade a um desconhecido que, depois de tal feito, continuará sendo um desconhecido? Ou pior: como construir uma relação de confiança, racionalizar o instante do "bote", virar um semi-conhecido para depois desaparecer como uma nuvem preta de fumaça?

Não compreendo essa ânsia pela superficialidade. Que graça tem ter o corpo, apenas, se não é possível também levar a alma junto para a cama? Ou, que graça tem querer o corpo e a alma do outro se você não é capaz de estar compartilhar desse uno algum dia? Ou melhor: como querer viver as relações da forma mais plena se você não se dispõe a querer compartilhar da sua real intimidade algum dia?

E não falo da intimidade do corpo.

A superficialidade, definitivamente, não me seduz.

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